Na Celebração da Eucaristia, o vinho se torna o Sangue de Cristo, que é comungado pelos fieis
O vinho litúrgico, também conhecido como vinho canônico ou vinho de missa, é utilizado pelos padres nas celebrações católicas, durante o sacramento da Eucaristia. Mas surgiu bem antes disso e tem um significado especial.
De acordo com o pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Goiânia, padre Adalmiran Silva de Vasconcelos, O vinho litúrgico se tornou simbólico antes mesmo do cristianismo. “Nossos irmãos orientais antes do cristianismo encontrou que a união da uva, depois de pisada, esmagada, ela torna um único suco que fermentado, e isso transforma um sabor novo. A cultura milenar, o judaísmo abraçou com muita força como símbolo da fertilidade e Jesus para instituir um novo paradigma de fé, de religião, para que o Sangue Dele fosse lembrado em memória, associou ao vinho. Desde então ele é sinal de transformação, de vida, a partir de sacrifício dele mesmo na cruz”, explica.
Na Escritura Sagrada, diz que o primeiro milagre de Jesus foi transformar água em vinho em uma festa de casamento em Caná, na Galileia. Na santa ceia, por fim, Cristo instituiu o pão como Seu Corpo e o vinho como Seu Sangue, rito que se celebra ainda hoje durante a Santa Missa. Mas vale ressaltar que antes da transubstanciação são apenas objetos e só no ato da consagração Cristo se torna presença real na Eucaristia.
A comunhão é distribuída em duas formas, a mais comum é no Corpo de Cristo, mas em alguns momentos ela é distribuída sob as duas espécies. Mas isso não torna o Sangue menos importante. “É uma orientação pastoral de acordo com a conferencias episcopais. Para o Brasil, eles orientam que a comunhão deve ser dada nas espécies do Corpo e Sangue de Jesus para os fieis, mas dependendo da situação se usa o bom senso para zelar do sangue de Jesus, pois depois da transubstanciação de fato é Sangue e Corpo”, diz o padre que reforça que a igreja orienta que em grandes lugares, se não se pode administrar a comunhão nas duas espécies de forma zelosa, não o faça. “Para evitar que o Sangue caia no chão, para evitar que as pessoas peguem no Sangue, para não dessagralizar o Sagrado, a igreja orienta que seja dada só em Corpo, que de certa forma tem também o Sangue de Cristo”, diz.
Existem regras para a execução e elaboração desse vinho litúrgico com base no código de leis canônicas. Ele precisa ser natural e sua graduação alcoólica é limitada, de acordo com o pároco. “O vinho litúrgico tem um teor alcoólico diferenciado. Ele tem que ser tinto, na cor de sangue e o teor alcoólico não pode ser maior do que a natureza própria da uva. Geralmente tem uma variação entre 9 e 14%”, destaca.
Porém, não existe limite na quantidade de vinho que o padre toma. Mas é preciso usar o bom senso e por isso, alguns pontos são observados. “A orientação é sempre o bom senso e de acordo com a quantidade de missa celebrada no dia, para não comprometer a saúde e as leis de trânsito” diz o padre que reforça que apesar de ser produzido para ser servido durante a santa missa, o vinho litúrgico pode ser utilizado para consumo próprio em outros momentos. Sempre de forma consciente.